sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Familia Evangélica em Transição


Olá pessoal,

Estamos aproveitando este espaço de Reflexão Teologica, para discussão do tema "Relacionamentos" como parte do curso de treinamento de líderes da Igreja Evangélica Congregacional no Angelim, estará funcionando como uma cadeira de ensino a distância, porém todos quantos quiserem participar das discussões serão bem vindos e me ajudarão em minha pesquisa do curso de pós-graduação: teologia em debate, pela Escola Superior de Teologia - EST

O texto a ser lido e discutido é de Valburga Schmiedt Streck,
Famílias em transição: desafios para a sociedade e Igreja

Leia o texto e deixe seu comentário.

Desde já, obrigado a todos pela colaboração e contribuição.



Por: Igor Eduardo Nunes
contato: pr.igornunes@hotmail.com.br

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A cultura tem religião?

Prezados colegas, ante as recentes incursões dos políticos evangélicos locais numa espécie de cruzada em favor da legalização do que seja cultura/arte no meio evangélico, apresento este texto para sua análise (não é um texto teológico no sentido técnico). Ao mesmo tempo conclamo a este grupo, através dos vários pastores, líderes e denominações nele representadas, a que se manifestem sobre esta questão séria e de graves consequências, caso as leis em trâmite nas casas legislativas sejam aprovadas.

Por fim, formou-se a trindade pela defesa da legalização e transformação das atividades das igrejas evangélicas em cultura. Junta-se agora à deputada Eliziane Gama - patrona desta  cruzada - o vereador Lourival Mendes, e antes dele o também vereador evangélico, Vieira Lima, que recentemente (dia 17/02) apresentou requerimento à Mesa Diretora da Casa para que seja encaminhado ao prefeito de São Luís e à Fundação Municipal de Cultura (FUNC), Euclides Moreira Neto, solicitando que o governo municipal, em atendimento a Lei Estadual nº 8.431/06, que determina que todos os eventos gospel passem a ser eventos culturais, isto é, passem também a ter o mesmo tratamento dado aos eventos carnavalescos e juninos, estabelecendo orçamento para realização de retiros religiosos, pois, nestes locais são realizados eventos literários, artes plásticas, teatro, dança, manifestações religiosas, shows musicais e cinema.” (o trecho em aspas é da assessoria do vereador)

Não se sabe se houve repasse conforme o pedido. Se aconteceu, faltou a divulgação pública e a oferta dos recursos a tantos quantos o desejassem, conforme deve seguir a utilização de todo recurso público atendendo aos ditames da publicidade, transparência, impessoalidade, moralidade, etc.

A lei a que se refere o vereador é espúria em seu objetivo e deveria receber o enérgico repúdio de todo aquele que professa a fé protestante, protestemo-la, portanto. Sua única função é a de garantir recursos financeiros, propósito, aliás, altamente questionável. Tudo o mais que passar disso é absurdo. Como é que uma lei estadual pode definir o que seja cultura entre os “eventos gospel” como querem seus autores? A prática da fé evangélica no Maranhão é algo tão inusitado do resto do país que mereça tal distinção? Não, senhoras e senhores.

Ademais, o parâmetro tomado, o carnaval e os retiros, são coisas que não se podem comparar, tampouco um retiro define o todo do ser evangélico. A lei legisla sobre coisa que não lhe compete, não sem a diminuição do valor que a fé protestante representa, não sem coisificá-la, não sem reduzi-la a um amontoado de práticas inócuas e ridicularizadas agora pelo desejo do seu autor de catar uma subvenção do Estado para sua consecução.

O vereador Lourival Mendes é o autor de um projeto de lei municipal 012/09 que se encontra tramitando na Câmara e que em 25/03 realizou audiência pública para sua apresentação sob o chamativo título: “A importância da inclusão da arte evangélica como cultura no município de São Luís”.

A tal proposta “reconhece como cultura toda arte evangélica, desde que não tenha conotação de culto (atentem para isso), no município de São Luís. O projeto de lei tem como fundamento a Constituição Federal que garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e também protege as manifestações das culturas populares indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.” (dados do release da assessoria da Câmara Municipal de São Luís).

Ao dizer que cultura é tudo aquilo “que não tenha conotação de culto” revela o autor - e quem mais lhe apóia - uma brutal ignorância sobre o exercício da fé cristã. Pois se a tal arte, como definem, não é para o culto a Deus, não é evangélica, nem fé, nem cristã, não é nada, além da expressão mental de quem a faz. Se não há nesta arte qualquer transcendência, a quem ela serve? É uma incoerência. Um exercício esdrúxulo de política e religião, com graves consequências para esta última. Mas a coisa é ainda pior, porque o autor (cito abaixo) ousa definir o que sejam as atividades (artes/cultura) evangélicas que devem ser alvo da subvenção estatal que sua lei prevê.

O projeto de lei define também o que seja cultura entre as igrejas evangélicas: “De acordo com o teor do projeto, a arte evangélica, como cultura, compreende a vigília, as marchas proféticas, músicas, gravações de cd’s, publicação de livros, dança, artistas plásticos, shows e eventos, dentre outros, que no decorrer dos anos se perpetuaram como elementos intrínsecos da cultura do povo evangélico no município de São Luís.” (grifo nosso) Se isso não namora o absurdo, não sei o que mais o fará.

Destaque-se o “dentre outros” e a isto se segue uma possível alusão ao processo de formação cultural num grupo - repetição ao longo dos anos -, posto que isso gera uma tradição e esta, encarnada na vivência de um povo, torna-se marca diferencial deste, característica peculiar que o define. Quer dizer, qualquer invenção nova que aparecer na liturgia, desde que perdure no tempo, automaticamente torna-se-á arte/cultura. Tenham a santa paciência! É tudo o que nenhuma fé evangélica deve se tornar. O Evangelho fala de novidade de vida. A herança da reforma é uma igreja que se reforma e vive sempre em processo de reforma - Ecclesia reformata et semper reformanda est.

Há que se perguntar o que entendem por cultura estes denodados políticos. Sim, por que um processo cultural se define de forma mais ampla, entende elementos sim, de fé, mas vai muito mais além. Cultura, segundo o Houaiss: “é o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social”. Outra definição mais ampla: “Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.

Ora, o que se depreende destas definições é que cultura define uma sociedade enquanto povo particular, não atividades oriundas apenas de uma opção de fé, parte delas fruto de idiossincrasias denominacionais e estas absolutamente envoltas, absorvidas, entremeadas da cultura brasileira. Não distingue, portanto, os fiéis das igrejas evangélicas de forma diferente, a rigor, de qualquer outra crença, visto que a prática da religião, reconhecida no país como uma opção livre, é por natureza de foro íntimo, ainda que praticada publicamente e contra isso nenhuma lei pode torná-la mais válida do que o que a Constituição já faz. Além do mais, a vingarem estas leis, caminhamos na contramão, de forma disfarçada, da separação entre igreja e estado.

Por outro lado, qualquer das atividades mencionadas no projeto de lei do vereador não é manifestação cultural em absoluto, pois sua função precípua é auxiliar a prática da adoração, a busca pelo divino, no sentido bíblico, nunca pode se tornar a atividade fim. Deve ser sempre meio. Não foi contra isso que Jesus combateu? Não transformaram os judeus o templo em espaço sacralizado? Não tornaram a lei um amontoado de regras (culturais, pois definiam o modus vivendi vulgar do indivíduo) que eles, nem mesmo comum dedo queriam carregar (Mt 23.4)?

Os dois vereadores e a deputada em suas manifestações estão sempre alegando representar o povo evangélico e em seu nome dizem defender estas posições, como se houvesse quase um clamor pelas suas leis nas ruas. Esta é uma questão que tem que ser esclarecida. Não é certo darem a entender que representam o universo evangélico (protestante) em São Luís, nem no Maranhão. Representam os grupos que os elegeram, mas agora são pessoas públicas e o só se dedicarem com tanto ardor a tema tão controverso e sobre os quais eles demonstram não ter o menor conhecimento, já invalida, de certo modo, suas participações como parlamentares.

“O universo é o santuário de Deus. Todo dia de trabalho é um dia do Senhor, todo jantar uma ceia do senhor, todo trabalho o cumprimento de uma tarefa divina, toda alegria uma alegria em Deus.” Paul Tillich

quarta-feira, 4 de março de 2009

Uma Mesa de Conversa: Teologia é o prato!

Desde 2005 que um grupo de cristãos tem se reunido para discutir e refletir teologia em São Luis. Havia uma inquietação diante dos rumos que os evangélicos estavam tomando com a teologia da prosperidade, a batalha espiritual e o fundamentalismo.

Que alternativa haveria para um quadro desanimador que afetava diretamente a missão e a prática da espiritualidade?

Pensou-se, então, em realizar encontros teológicos em torno da Reforma Protestante que fossem pretexto para avaliação do atual estado da Igreja. Foram quatro eventos (2005 a 2008) que marcaram os seus participantes.

Paralelo a estes eventos, criou-se um núcleo da Fraternidade Teológica Latino-Americana no Maranhão que, em parceria com a ABU - Aliança Bíblica Universitária e com a Associação Basiléia, possibilitou o intercâmbio teológico com pensadores de dentro e de fora do Estado.

A idéia da formação teológica ganhou corpo com a criação de um Curso de Pós-Graduação, nível de Especialização, Latu Sensu, também em parceria com a renomada EST - Escola Superior de Teologia. Desde maio de 2008, um grupo de 30 alunos de diferentes denominações, têm cursado disciplinas que pretende atualizar o debate teológico no estado. Daí o seu título "Teologia em Debate".

Trouxemos à nossa mesa de conversa teólogos como Paul Tillich, Karl Barth, Jürgen Moltmann, Hans Küng, Leonardo Boff, Dietrich Bonhöeffer e outros(as). O propósito é pensar a teologia a partir do contexto maranhense e desembocar essa reflexão numa prática missiológica e missionária com a linguagem da terra.

Numa de suas disciplinas, os alunos tiveram a idéia de criar esse Blog, "Teologia em Debate no Maranhão", como extensão de suas produções teológicas e como um espaço diferenciado de discussão.

Convidamos, portanto, a todos(as) que se interessam por um debate mais qualificado e profético que compartilhe dessa mesa de conversa.

Aqui o prato principal é a Teologia.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Segunda parte das fotos do Encontro sobre Karl Barth


Um dos momentos da explanação do palestrante, prof. Bernardino.


Pr. Lyndon, no encerramento do evento, explica sobre o projeto de uma faculdade teológica.


Outro ângulo da fala de encerramento do coordenador.


Oração de encerramento do encontro.

Outro flagrante do momento da oração final.


Tela do encontro.

Participantes no encerramento.


Participantes.




































domingo, 22 de fevereiro de 2009

Encontro sobre Karl Barth

A Associação Basiléia e Faculdades EST/Pós Graduação em Teologia – MA, apoiadas pela Aliança Bíblica Universitária (ABU) e Fraternidade Teológica Americana (FTL-MA) realizaram nos dias 17 a 19 de fevereiro, na igreja Evangélica Congregacional, o segundo encontro sobre Karl Barth. O professor MS. Manoel Bernardino de Santana Filho, pastor da igreja Congregacional em Vicente Carvalho (RJ) foi o palestrante.

O tema do evento, Karl Barth e a Reforma protestante dividiu-se em três sub-temas: Palavra de Deus, Eleição e Justificação. Um para cada dia do encontro. Cerca de trinta participantes, membros de várias denominações, estiveram presentes.

O professor Bernardino, que é doutorando em Teologia pela PUC-Rio, discorreu sobre os assuntos abordados de forma que qualquer pessoa, mesmo aqueles que não possuem conhecimento acadêmico teológico, pudessem desfrutar da riqueza intelectual do autor abordado, tornando-o mais próximo da vida cristã dita comum, longe dos academicismos que comum neste tipo de encontro. O que se percebeu na entusiástica participação dos presentes.

O evento faz parte de um conjunto de ações que pretendem estabelecer um calendário anual regular e um ambiente de debate, aprendizado e produção teológica maranhense.

A seguir, fotos de flagrantes do evento.


Pastor Lyndon e Professor Bernardino


Exposição de livros de autoria de Karl Barth


Outro ângulo dos livros e tela do evento


Momento em que um dos participantes fazia uma pergunta.


Participantes atentos à pergunta de um colega


Livros de várias editoras da obra traduzida de Karl Barth no Brasil


Participantes. De camisa branca, pastor Alek, um dos debatedores


Momento em que o prof. Bernardino respondia às perguntas


Platéia durante a palestra


Outro momento da palestra no último dia


Pastor Lyndon e Prof. Bernardino enquanto ouviam perguntas